quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dona Zefinha!

Há exatamente um ano, em uma das minhas primeiras missões depois de que tinha saído do seminário, fui com o Evangelizarte para um bairro muito pobre e com altos índices de violência. Fomos sem violão, sem microfones, sem muitos dos integrantes do grupo e sem saber direito o que iríamos fazer em uma reunião de associação de moradores.
Quando chegamos ao local, nosso receio aumentou... Era um lugar muito esquisito e, apesar de poucas, havia pessoas que participavam de vários tipos de denominações religiosas e pessoas de todas as idades. Ficamos medrosos porque estávamos acostumados a louvores e animações apenas para jovens e, mais ainda, jovens católicos.
No entanto, como é de costume, rezamos, decidimos, mais ou menos, um roteiro das musicas que iríamos cantar e qual a leitura que iríamos partilhar. Começamos o nosso louvor e Deus, através de nós, fez acontecer o momento de louvor mais bonito e santo que já participei. Algo realmente Divino aconteceu naquele lugar... Não tínhamos nem violão, nem microfones, nem vozes para cantar, mas fizemos aquele pequeno lugar, com 50 pessoas de diferentes religiões e idades, emanar a graça de Deus e, simplesmente, tremer!
No meio daquelas pessoas, uma me chamou muita atenção, dona Zefinha. Uma senhora de 83 anos, sem nenhuma condição financeira, mas que, no auge de suas limitações físicas, durante uma hora e meia, não parou de louvar à Deus nem sequer um minuto.
Encerramos o louvor, as nove e pouco da noite, felizes da vida, abastecidos do amor e da graça de Deus.
No dia seguinte, o Evangelizarte, com violões, atabaques, microfones e com quase todos os integrantes do grupo, foi fazer um louvor em uma comunidade de pessoas com um bom poder aquisitivo e que se destacam por seus trabalhos pastorais na paróquia. Tínhamos tudo para repetirmos o bom louvor que acontecera no dia anterior, no entanto, muitos jovens, no auge de suas saúdes físicas, ficaram sentados durante todo o louvor. Foi inevitável não lembrar do rosto alegre, embora cheio de desgastes causados pelo tempo, de dona Zefinha e não comparar com os rostos lindos daqueles jovens, embora cheios de mediocridade e sem nenhuma vida.
Essa senhora viúva e cheia de problemas na família, há um mês me mandou um chocolate agradecendo por aquele louvor de um ano atrás, mas mal sabe ela que eu que a devo todos os melhores chocolates do mundo, porque foi através dela que eu percebi, de fato, que para se chegar a Deus não importa as nossas limitações, que para se chegar a Deus não importa a idade ou condição financeira. Coisas obvias, mas que só tive a confirmação através do agir dessa senhora.
Hoje quero terminar agradecendo a dona Zefinha porque, através do testemunho dela, muitos jovens conseguiram chegar mais pertinho de Deus. Obrigado dona Zefinha e que Deus lhe abençoe, aonde quer que a senhora esteja!

LS+JC

Um comentário:

  1. A paz do Senhor!!

    Graças ao meu bom e poderoso Deus, eu tive o grande privilégio de estar presente nos dois louvores citados acima. Realmente Dona Zefinha nos fez confirmar mais uma vez quão pequenos somos e como precisamos,na verdade necessitamos, agradecer, glorificar e louvar a Deus a cada instante de nossas vidas!

    Belo texto amigo!
    Obrigada por me fazer relembrar esse momento!

    LSJC

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